Ponha
aqui o seu pesinho
Devagar
devagarinho
Não
pise que está molhado!
Estou
sempre a recomendar...
Sempre,
sempre sem parar
E
tu nunca estás lembrado!...
Tire daí o seu pesinho
Com
cuidado cuidadinho
Estou
cansado de ouvir...
O
que posso eu fazer
Se
é forte o teu querer
De
eu não entrar nem sair?!
Deixa
entrar o meu pesinho
Devagar
devagarinho
Que
eu posso escorregar...
O chão é antiderrapante,
Tens
aqui quem te levante,
Tu
não te vais magoar.
Deixa entrar o meu pesinho
Devagar
devagarinho
Não
quero aí passadeira...
Se
encepo é um desastre...
Ora
vês?! Já te calaste!
Era
tua a trabalheira!!!
Ponha aqui o seu pesinho
Devagar
devagarinho
Tudo
agora foi lavado!...
A casa é minha e é tua.
Não
posso ficar na rua.
Ou
ter pés é o meu pecado?!
Tire daí o seu pesinho
Depressa
ou devagarinho
Porque
a casa é dos dois...
Minhas
forças não ajudam
Que
os anjos nos acudam!
E
quem vai limpar depois?!
Tire
daí o seu pesinho
Depressa
ou devagarinho
Esfregue
os pés no capacho!
Mas isto já é loucura!
É
que eu ando à procura
Do
martelo e não o acho!...
Ponha aqui o seu pesinho
Devagar
devagarinho
Vamos
fazer um contrato...
Contrato estupidozinho!...
Os
meus pés estão lavadinhos
Quem
está sujo é o sapato.
Ponha aqui o seu pesinho
Depressa
ou devagarinho,
Estou
rendida tens razão
E
entra bem humorado,
Galante
qual namorado
Dentro
do meu coração!
Carvalheira,
2002
Maria
Ezequiel
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